Fiquei pensando se valia mesmo a pena escrever algo sobre doping, principalmente agora que o tema está na moda e pipocando para todos os lados e que muito recentemente manchou a imagem do então Campeão, Anderson Silva.
Procurei, antes de tudo, algumas definições de doping. A explicação mais simples e lógica que encontrei foi de que “doping” é uso de substâncias que aumentar o desempenho de um atleta durante uma competição.
É proibido por razões óbvias: prejudica a saúde e é uma atitude antiética que coloca um atleta “x” em vantagem competitiva frente outro atleta “y” que não se dopou.
Hoje, o órgão que controla o doping é a WADA (World Anti-Doping Agency) e são eles que determinam quais substancias são proibidas ou não. Essas substâncias são divididas em estimulantes, narcóticos, esteroides anabólicos, diuréticos, betabloqueadores e hormônios peptídeos e análogos, doping sanguíneo e – defendido por alguns cientistas – doping genético. Cada um, com uma função bem diferente, que falaremos em um outro post, posterior a esse.
Em 1968, nos Jogos Olímpicos do México, foi realizado o primeiro teste anti doping. Ninguém acha o doping bonito e ser atestado “positivo” ou ser “pego no doping” com toda certeza irá manchar a imagem de um atleta, por maior que ele seja e por mais títulos que tenha.
Marco Aurélio Klein (uma pessoa que admiro muito a quem tive a honra de ser aluna) em uma entrevista para o UOL Esporte, falando sobre o caso Anderson Silva, rebateu as críticas do médico Sabino Vieira, que defendeu o atleta.
Ele falou que “É um controle que às vezes é invasivo. Você colhe amostras de sangue e urina, faz coleta de surpresa… Eu comparo com o controle de segurança nos aeroportos, sobretudo nos países que levam isso com extremo rigor, como EUA, Alemanha, Israel. É difícil. Você passa, mexem nas suas coisas, te revistam, usam o raio-x, mas é para proteger o seu voo”.
No entanto, enquanto os dirigentes da WADA lutam para que o esporte seja praticado de forma limpa, eu me pergunto se é o que realmente queremos. Eu concordo com o anti doping, é claro. E a imprensa também. E os atletas também. E o mercado? Será?
Me pergunto: querem atletas cada vez mais rápidos, mais fortes, mais campeões, mais vencedores e cada dia mais recordes quebrados. E querem isso sem doping?
Sim querem. Queremos.
Mas será que teremos isso sem doping? Será que o patrocinador vai querer patrocinar um atleta que chegou em seu limite? E que não vai avançar mais por que seu corpo disse “meu amigo, você chegou no limite“? Será que você, sentado aí no seu sofá, vai assistir uma competição onde recordes não serão quebrados e onde os desempenhos se repitam?
Não estou defendendo quem se dopa. O que estou querendo dizer é que o doping é incentivado pelo mercado, pelo mundo competitivo em que vivemos.
E sinceramente, eu acredito que atualmente, a grande maioria de atletas de alto rendimento se dopam sim. O corpo humano tem um limite, que somente substâncias ilícitas podem superar. Sou fã de Usain Bolt, por exemplo. Mas ninguém me faz acreditar que seu desempenho mirabolante e espetaculoso está livre do uso de alguma substancia. Só opinião! Espero estar errada.
E para quem ainda não viu, vale a pena ver a reportagem sobre o escândalo Russo, mostrado há alguns dias pelo Esporte Espetacular.
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