Feeds:
Posts
Comentários

Bola da vez: o doping!

Fiquei pensando se valia mesmo a pena escrever algo sobre doping, principalmente agora que o tema está na moda e pipocando para todos os lados e que muito recentemente manchou a imagem do então Campeão, Anderson Silva.

Procurei, antes de tudo, algumas definições de doping. A explicação mais simples e lógica que encontrei foi de que “doping” é uso de substâncias que aumentar o desempenho de um atleta durante uma competição.

É proibido por razões óbvias: prejudica a saúde e é uma atitude antiética que coloca um atleta “x” em vantagem competitiva frente outro atleta “y” que não se dopou.

Hoje, o órgão que controla o doping é a WADA (World Anti-Doping Agency) e são eles que determinam quais substancias são proibidas ou não. Essas substâncias são divididas em estimulantes, narcóticos, esteroides anabólicos, diuréticos, betabloqueadores e hormônios peptídeos e análogos, doping sanguíneo e – defendido por alguns cientistas – doping genético. Cada um, com uma função bem diferente, que falaremos em um outro post, posterior a esse.

Em 1968, nos Jogos Olímpicos do México, foi realizado o primeiro teste anti doping. Ninguém acha o doping bonito e ser atestado “positivo” ou ser “pego no doping” com toda certeza irá manchar a imagem de um atleta, por maior que ele seja e por mais títulos que tenha.

Marco Aurélio Klein (uma pessoa que admiro muito a quem tive a honra de ser aluna) em uma entrevista para o UOL Esporte, falando sobre o caso Anderson Silva, rebateu as críticas do médico Sabino Vieira, que defendeu o atleta.

Ele falou que “É um controle que às vezes é invasivo. Você colhe amostras de sangue e urina, faz coleta de surpresa… Eu comparo com o controle de segurança nos aeroportos, sobretudo nos países que levam isso com extremo rigor, como EUA, Alemanha, Israel. É difícil. Você passa, mexem nas suas coisas, te revistam, usam o raio-x, mas é para proteger o seu voo”.

No entanto, enquanto os dirigentes da WADA lutam para que o esporte seja praticado de forma limpa, eu me pergunto se é o que realmente queremos. Eu concordo com o anti doping, é claro. E a imprensa também. E os atletas também. E o mercado? Será?

Me pergunto: querem atletas cada vez mais rápidos, mais fortes, mais campeões, mais vencedores e cada dia mais recordes quebrados. E querem isso sem doping?

Sim querem. Queremos.

Mas será que teremos isso sem doping? Será que o patrocinador vai querer patrocinar um atleta que chegou em seu limite? E que não vai avançar mais por que seu corpo disse “meu amigo, você chegou no limite“? Será que você, sentado aí no seu sofá, vai assistir uma competição onde recordes não serão quebrados e onde os desempenhos se repitam?

Não estou defendendo quem se dopa. O que estou querendo dizer é que o doping é incentivado pelo mercado, pelo mundo competitivo em que vivemos.

E sinceramente, eu acredito que atualmente, a grande maioria de atletas de alto rendimento se dopam sim. O corpo humano tem um limite, que somente substâncias ilícitas podem superar. Sou fã de Usain Bolt, por exemplo. Mas ninguém me faz acreditar que seu desempenho mirabolante e espetaculoso está livre do uso de alguma substancia. Só opinião! Espero estar errada.

E para quem ainda não viu, vale a pena ver a reportagem sobre o escândalo Russo, mostrado há alguns dias pelo Esporte Espetacular.

CBF: onde tudo e nada pode!

Na última quarta-feira, Emerson Sheik, criou polêmica ao mandar um recado para a CBF durante o jogo do Botafogo, contra o Bahia.

O recado foi claro: CBF, você é uma vergonha! V-E-R-G-O-N-H-A! (veja no vídeo abaixo, se ainda não viu).

O recado mexeu com os “brios” de muita gente. Principalmente com o auto escalão da CBF. O diretor jurídico da CBF, Carlos Eugênio Lopes declarou em nota:

“A procuradoria vai tomar ciência disso, vai tomar providência, oferecer denúncia e ele será julgado por injúria. Vindo de quem vem, partindo de quem partiu, isso não deve ser nem levado em consideração. Acho que a vida dele não é exemplar”.

No mínimo, engraçado.

Acredito que Sheik falou o que muita gente – inclusive eu – queria falar pra CBF.

Uma rápida busca no Google, utilizando as palavras “CBF e corrupção” resultam em cerca de 531.000 resultados. Não é de hoje que escândalos atrás de escândalos vem abalando a toda poderosa senhora do futebol brasileiro. Assim como não é de hoje que a CBF vem corrompendo o futebol brasileiro com políticas, roubos, escândalos, corrupção, favorecimentos, entre outros. Estou lendo um livro, que todo amante do futebol deveria (ou talvez não) ler. “O lado sujo do futebol” escancara a entidade para quem quiser e conta histórias que são de arrepiar os cabelos até dos carecas.

Eu que sou apaixonada por futebol, me entristeço ao perceber que estamos indo para o fundo do poço. Precisamos de reestruturação já!

Sheik foi denunciado e enquadrado em 3 artigos. Poderá pegar até 18 partidas de punição e certamente não jogará mais o Brasileirão. Em entrevista, Sheik falou que está com a consciência tranquila e que não falou nada de mais.

De fato, o que ele falou foi a verdade. A CBF, entidade máxima do futebol, é realmente uma vergonha. Um ninho de cobras criadas.

Sheik só fez o que todo jogador deveria fazer. Enfrentar a CBF, que pode tudo, mas não permite nada a ninguém.

Não sei o que está pior. A CBF ou o horário político. Concluo que os dois, são farinha do mesmo saco.

Eu pelo menos posso falar! Não corro risco de ser enquadrada e tomar 18 jogos de punição.

CBF, você é uma vergonha! Vergonha!

Desde que a Copa começou ainda não tinha tido chance de ir até a Fant Fest no centro de São Paulo, já que gastei um bom tempo no site da FIFA garimpando ingressos!

Mas daí, hoje, mesmo depois de o dia amanhecer nublado e pedindo pra ficarmos no sofá, adivinha? Eu e o namorado, partimos para um passeio no centro de São Paulo. A missão: sentir o clima da Copa e ver se os gringos estão mesmo tocando o “terror” (no bom sentido, já que não fomos para a Vila Madalena) por aí.

As lojas da 25 de Março estavam mais da metade de portas fechadas, mas haviam muitos estrangeiros andando de lá pra cá. As cores predominantes eram verde e amarelo e uma passadinho no Mercadão, deu pra ver que sim, São Paulo também está vivendo um clima de Copa.

Depois de comprar alguns presentinhos na 25 de Março, fomos para a Fan Fest no Vale do Anhangabu. Eu não esperava muito. Confesso que não me simpatizo nem um pouco com o centro da cidade de São Paulo, mas fui surpreendida ao ser barrada. Sim! Eu não pude entrar.

Motivo: havia comprado duas mini xícaras na 25 de Março para presentear amigos Uruguaios. As mini xícaras caberiam facilmente na palma da minha mão, mas por causa delas, fui barrada. A segurança que me barrou ainda disse: “Essa banca de jornal aqui na frente tem um guarda-volume. Se você quiser deixar lá e voltar”.

Não. Eu não queria. E acabamos dando meia volta-volver. Entendo que o risco de entrar com uma xicarazinha pode ser grande, mas não consigo saber se pode ser maior do que entrar com cerveja ou já em um estado avançado de embriaguez. No fundo, fiquei um pouco decepcionada dada a enorme importância que deram para as minhas xícaras. Talvez, alguém tenha ficado com medo de que eu morderia alguém lá dentro.

Adios Uruguay

Canecas eiliminadas, barram entrada na Fan Fest em São Paulo

Mas foi aí que ganhamos o passeio. Eu sempre vejo o edificio do Banespa quando estou na 23 de Maio. Mas subir lá no topo? Nunca imaginei. Sequer sabia que podia. Mas hoje, depois de ser barrada na Fanfest, descobrimos no caminho que o Edifício Altino Arantes, ou o famoso prédio do Banespa, construído em 1939.

Por quase 20 anos ele foi o mais alto da cidade, identificado facilmente pelo seu logotipo luminoso. Mas o que garante ainda mais o seu sucesso é a torre. Sua altitude proporciona perspectivas impressionantes. Do alto do mirante, o raio de visão é de 360º e atinge 40 Km. De lá é possível ver a Serra do Mar, o Pico do Jaraguá, os prédios da Avenida Paulista e as principais construções do centro.

Por conta da Copa do Mundo, o prédio ficará aberto todos os dias, até o dia 13 de Julho, das 10 às 15 horas. E entrada é gratuita.

Claro que subimos e lá de cima, eu pude ver o telão da Fanfest e o gol que até os 37 minutos do segundo tempo colocava o México nas quartas de final. A visita durou pouco, como a classificação do México, que perdeu de virada para a Holando nos acréscimos do segundo tempo e deu “adios” ao mundial. Mas assim como esse será um episódio inesquecível para os mexicanos, para nós, ver São Paulo lá de cima, também será. Foi legal demais!

 
 

Assim como é legal demais viver em um país que sedia a Copa do Mundo. Assim como é legal escutar idiomas diferentes no elevador. Assim como é legal ver a cara de alegria dos turistas. Como é bom gritar gol, se emocionar com quem ganha e com quem perde. Assim como será inesquecível dizer que eu vivi aqui, em 2014, quando o Brasil recebeu a Copa do Mundo.

Não sei se é a Copa das Copas, mas pra mim (pra nós), é a melhor de todas!

E Vai Brasil!

A Copa do Mundo nunca vendeu tanto ingresso como no Brasil.

E não sou eu que inventei. Em Abril, a FIFA anunciou que 2.577.662 já tinham sido vendidos. Os brasileiros foram os principais compradores. Os brasileiros lideram a compra de ingressos, seguidos pelos americanos (em crescente quando o assunto é futebol), australianos (só vieram conhecer o Brasil), ingleses (só vieram passear) e colombianos (surpresaaaa).

Mas acreditem, mesmo tendo vendido 2,9 milhões de ingressos, teve gente que ainda ficou sem. No caso, EU sou uma delas.

Se você assim como eu passou horas e horas sentado na frente do computador esperando aqueles malditos quadradinhos ficarem amarelos, welcome to the club.

Já que não tive a sorte de ser sorteada no site da FIFA logo de inicio e escolher meus ingressos, fiquei insistindo quando foram disponibilizados outros lotes. Enfrentei site travado, “loading” intermináveis e vi várias vezes a mensagem “Me desculpe, estamos enfrentando problemas devido ao grande número de acesso”. A Copa começou e eu insisti. Perdi várias horas do dia e quando a Arena Corinthians apareceu amarelinha, eu cliquei, feliz, sorridente e então? O site travou e perdi minha reserva.

Pois bem. Existem duas coisas das quais eu não me conforme. Eu e o Rafa, que acompanhamos quase todos os jogos do Corinthians nos últimos dois anos (viajamos para Buenos Aires, Rio de Janeiro e fomos inúmeras vezes ao Pacaembu), perdemos, adivinha o que? A despedida do Corinthians da Maloca Querida! Sim! Perdemos. Por que? Não sei. Só sei que assisti o jogo de casa, indignada de não estar lá.

A segunda? Que morando no Brasil, em plena Copa do Mundo, e apaixonada pelo futebol como sou, não vi nenhum jogo ao vivo.

E sabe o que é pior? Dando uma olhadinho no site do Reclame Aqui, vi um sujeito que fez uma reclamação contra a FIFA, dizendo que ele queria devolver o ingresso que ele comprou e não conseguia. Sim! Ele comprou e queria devolver. Poderia ter devolvido lá em casa, que resolveria o problema, mas não. Foi lá no Reclame Aqui! #vaientender

Ingresso valendo mais que ouro

Eu teria ido para Curitiba, Belo Horizonte ou Rio de Janeiro – bate e volta. Teria até viajado na boleia de um caminhão até Cuiabá. Mas não foi dessa vez. Eu vi e continuarei vendo os jogos da Copa pela TV.

Mas isso não significa que já fiz logout do site da FIFA. Vai que fica amarelo! 😉

#VaiBrasil

#WorldCupBrazil2014

Olá, amigos!

Demorei, mas não consegui deixar de falar da Copa do Mundo por aqui. Quem me segue no facebook sabe bem a minha opinião sobre a Copa do Mundo e todas essas manifestação que antecederam o evento.

Mas como pensei, bastaria a Copa começar que as manifestações perderiam força. Dito e feito.

Claro que tem ainda uma meia dúzia que se acham no direito de irem pra rua protestar e acabam promovendo um quebra-quebra (diga-se de passagem que quem faz quebra-quebra é bandido, não manifestante), mas o fato é que perderam força assustadoramente.

Um colega postou outro dia que fazer manifestação contra a Copa é como convidar pessoas para uma festa na sua casa e quando seus convidados chegam, você e seu marido (esposa) quebram o pau na frente deles, lavando toda a roupa suja. Pois é. Concordo.

Eu desde o inicio torci para tudo dar muito certo na Copa do Mundo. Não só por que amo o futebol. Mas por que amo o meu pais e não queria que ele tivesse repercussão negativa lá fora. Queria que as pessoas olhassem para o Brasil e vissem como temos lugares bonitos e como sabemos receber bem as pessoas. Gente hospitaleira, na sua maioria. E que apesar de todos os problemas e toda a corrupção, como povo, poderíamos fazer bonito.

E não é que acompanhando insistentemente as notícias dessa Copa eu vejo que estamos tendo sucesso?

Copa do Mundo

E não só nós, mas a Copa do Mundo também! As seleções! Um show de gols. Zebras (ah..como eu adoro uma zebra).  Um monte de turista alegre torcendo pelas suas seleções. As capelas de hino nacionais. O bom futebol.

Pra quem ama o futebol, impossível não se emocionar. Impossível não desejar que a Copa do Mundo acontecesse todos os anos.

 

No próximo sábado, acontecerá a final da UEFA Champions League, entre Real Madrid x Atlético de Madrid. O jogo acontecerá em Lisboa, no estádio da Luz.

No Brasil, o jogo começa a ser transmitido as 15:45. E para alguns, a ansiedade é grande.

Por motivos óbvios: os caras jogam muito, a organização do jogo é sensacional e permeada de ações de marketing. A Heineken, patrocinadora oficial do campeonato, inovou e lançou uma campanha no Brasil para que as mulheres que não gostam ou não ligam para o futebol deixem seus maridos/namorados assistirem ao jogo sem “encherem o saco” deles. Se você ainda não viu, vale a pena clicar no vídeo abaixo.

Com certeza, uma ação inusitada e como o próprio Bernardo Spielmann, diretor da marca Heineken e Patrocínios da Heineken Brasil, disse: “O objetivo é fazer uma campanha divertida e diferente de tudo que já fizemos no Brasil. Para isso, a ‘Heineken Shoe Sale’ será comunicada com bom humor no ambiente digital, entre teasers, e-mail marketing e filme”. Esse objetivo, eles alcançaram.

Assim como a voz do comercial da Heineken, eu também descobri há pouco tempo o que é um peep-toe. E a idéia de entreter a mulherada com compra de sapatos (quem resiste????) na hora do jogo foi muito boa.

Mas a minha pergunta vai um pouco além: a Heineken fez uma  ação para as mulheres que não gostam de futebol. E o que foi e está sendo feito para as mulheres que gostam? Ou o que foi e está sendo feito para as mulheres que não gostam, nem desgostam, mas podem ser potenciais consumidoras?

Quando volto o olhar para o mercado esportivo brasileiro, vejo pouquíssimas ações destinadas a esse público, cuja opinião pode ser decisiva no momento da compra.

Eu não vou comprar sapatos na Shoestock no sábado. Estarei mais entretida na frente da TV torcendo pelo Atlético. Mas será que eu não poderia comprar uma camisa baby look do time espanhol? Ou a chuteira estilizada do CR7? Ou não poderia comprar um programa PPV para ter acesso a informações detalhadas do evento e com transmissões começando mais cedo?

Talvez esteja na hora de começarmos a pensar nas mulheres consumidoras do futebol. 😉

Se já não bastassem as polêmicas da Copa do Mundo no Brasil, vem mais uma por aí.

Se você (assim como eu) já comprou seu álbum de figurinhas e alguns pacotinhos para colar nele, deve estar por dentro do assunto.

Pois bem.

Eu não me lembro qual foi o primeiro álbum de figurinhas que tive. Mas foi ligado ao futebol. Isso com certeza. Eu me lembro de levar minhas figurinhas repetidas na escola, para trocar com os amigos e bater bafo na rua com os moleques com quem eu e minha amiga Patricia, jogávamos futebol. É…eu na maioria das vezes, perdia (não entendo como os meninos fazem isso tão bem…). Mas não desistia jamais.

E Copa após Copa, eu estava lá com as minhas figurinhas. Crescer só me fez levar mais a sério essa coisa de colecionar.

foto

E aí me deparo com a polêmica de que existem figurinhas de patrocinadores nos envelopes e que tem um bando de gente bem brava por aí. Lendo o post de um amigo no Facebook, tive que concordar totalmente com o que ele escreveu.

Peraí! Se seu time tem um patrocinador na camisa – ou vários – como é o caso de muitos, por que o álbum da Panini não pode ter os patrocinadores dele? Gente recalcada. E mais. Se não concorda com isso, não compre. Fácil.

Segundo reportagem da UOL (http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2014/04/10/colecionadores-reclamam-e-panini-promete-trocar-figurinhas-de-publicidade.htm) o Procon alega que não há irregularidade na venda. E por que haveria? Será que o sujeito também vai reclamar de ter que ver o logo do Mc’Donalds na abertura da Copa? Ou de ver a Coca Cola fazendo comerciais a torto e a direito?

Vejo o brasileiro reclamando sem parar da Copa e como já disse uma vez, volto a dizer: o problema não é a Copa. É o Brasil. É a corrupção, é a falta de educação, é a mania de querer sempre dar um jeitinho em tudo, é sempre querer tirar vantagem de uma situação, é não respeitar o próximo e por aí vai. A Copa, não é problema. Ao contrário. Pode ajudar o Brasil a acordar para a gestão esportiva profissional.

Eu questiono se as pessoas que protestam contra a Copa vão deixar de assistir aos jogos, acompanhar as notícias, deixar de comprar as figurinhas. Não adianta transferir para um grande evento esportivo, de magnitude ímpar, o fracasso do nosso sistema governamental e do nosso pais.

Eu vou continuar comprando as figurinhas. Quero completar meu álbum e guardá-lo, para um dia, lá na frente, mostrar ele pra alguém e dizer: eu acompanhei essa Copa. E foi sensacional!

 

 

 

 

 

Corneteira que sou, claro que tirei uma casquinha dos amigos são-paulinos, nessa noite que o Penapolense despachou o São Paulo do Paulistão.

E aparece que todo o mundo estava torcendo contra o São Paulo. No facebook, visto há pouco, só se fala nisso.

Os atletas do Penapolense devem estar até agora comemorando e até encarariam os 500 km de volta para casa a essa hora da noite (só quem já fez jogo em Penapólis, sabe quanto a cidade fica longe).

Amanhã, os programas esportivos vão falar insistentemente sobre isso. O Penapolense, cuja folha de pagamento da equipe toda não passa de 400 mil reais. Só Luiz Fabiano ganha mais de 500 mil reais mensais jogando pelo  tricolor do Morumbi.

Talvez o Penapolense passe para a próxima fase e chegue na final do campeonato. Mas existe uma outra verdade nisso tudo.

Ano passado, eu acompanhei o meu MMEC (Mogi Mirim Esporte Clube), ascender no campeonato e chegar nas etapas finais, até ser eliminado pelo Santos, depois de jogar muito mais que o time da baixada. O time fez sucesso, jogou muito, vários atletas se destacaram e quando acabou o campeonato, PUFFFFFF! Venda de atleta. Desmanche!

santos e mogi

Preciso falar que o MMEC esse ano fez uma campanha pífia? Claro que não. Teve sorte de não cair.

Esse deve ser também, o caminho que o Penapolense deve percorrer. Alcançou os holofotes e depois do campeonato, o negócio é fazer dinheiro com a venda de jogadores.

Pouco importa se a equipe vai ficar fraca, vai perder qualidade, vai voltar a ser só uma equipezinha do interior (que o diga Juca Kfouri, quando uma vez, referiu-se ao MMEC como “time medíocre” em um programa esportivo).

Será que alguém já pensou que manter uma equipe forte, com poder de buscar vaga e disputar o campeonato de igual para igual pode ajudar muito no aumento do ticket médio? Será que alguém pensou em realizar ações com os torcedores dessas cidades do interior? Será que alguém já pensou em criar uma campanha agressiva que mexa com o sentimento desse torcedor? Será que alguém já pensou em criar nas cidades do interior, espetáculos durante o jogo? Será que já pensaram em criar campanhas com o comércio local para levar os torcedores para o estádio?

Será que alguém já parou pra pensar se vale a pena se arriscar para fazer algo novo?

Enquanto isso, vamos continuar vendo estrelas do interior subindo e caindo sistematicamente. Enquanto não houver um gestor que pense diferente e que dê ao futebol o valor que ele deveria ter, vamos continuar tendo Mogis, São Caetanos e Penapolenses. Em um ano ganhando e tendo sucesso e no outro, por causa do sucesso, se esfacelando.

 

TORÇO PARA O BARCELONA

Há alguns dias durante uma visita a uma cliente, engatei uma conversa com o filho dela sobre futebol.

O garoto – engraçado e muito perspicaz – no alto dos seus noves anos, me contou que não gostava muito de futebol.

“Acho chato ficar parado em frente a TV vendo o jogo. Gosto mais de jogar”, falou ele. E eu perguntei para qual time ele torcia.

Não é que fui surpreendida?

Torço para o Barcelona” – ele respondeu.

Sem estar muito convencida, perguntei a ele se no Brasil não havia nenhum time de coração.

Não. Só torço para o Barcelona“.

Imaginei que seria por causa de Neymar, o recente contratado, ídolo da garotada. Mas descobri que não. Calmamente, o garoto me explicou que torcia para o Barcelona por que ele era um time muito profissional, com profissionais sérios e comprometidos com o time.

Ok. Fiquei alguns minutos olhando para ele com a boca aberta. Com aquela cara de “não acredito que ouvi isso”. Mas foi o que ele me falou. É claro que não está errado.

Me lembrei dessa história ao saber que o Real Madrid acabou de criar uma torcida organizada no Brasil. Sim! O Real Madrid, de Cristiano Ronaldo, também está garimpando sócios torcedores fora da Espanha.

A torcida, denominada “Unidos por el Real Madrid” foi criada recentemente. O clube calcula ter cerca de 109 dessas torcidas fora da Espanha.

real madrid

E qual a vantagem de ser associado? Basicamente, desconto. E quem não adora desconto, não é? A meta é reunir torcedores do Real Madrid com encontros para assistir aos jogos (inicialmente no Bar São Geraldo, em SP) e conceder descontos em cursos de idiomas, livrarias e restaurantes que fizerem parceria com a “Unidos por el Real Madrid”.

O primeiro encontro não poderia deixar de ser no próximo domingo, dia 23, quando os merengues jogarão com o Barcelona no Santiago Bernabeu. A meta é ter 300 torcedores até final de 2014.

E não duvido que irão conseguir. Como diz meu pequeno amigo: “Time organizado e muito profissional“. Se comparado a pobre organização dos nossos times para fidelizar os torcedores, é provável que tenhamos mais torcedores brasileiros que torçam exclusivamente para times europeus.

O GIGANTE NÃO ACORDOU

O Município de São Paulo está investindo em campanhas de respeito ao ciclista.

Isso é muito bom. Mas eu, como crítica que sou, preciso mais uma vez falar sobre o assunto.

Antes de qualquer coisa, também sou ciclista e já tive períodos em que encarava os 7 km de casa ao trabalho em cima de uma bike.  No inicio, minhas mãos suavam quando eu passava pela frente do parque do Ibirapuera dividindo espaço com ônibus, carros, motos e pedestres.  Depois, acostumei um pouco. Mas ainda dirigia minha magrela com muito cuidado e atenção redobrada. E com os equipamentos de segurança.

Muito me preocupou hoje, ao ver na TV um comercial falando sobre a “nobre convivência de ciclistas no trânsito”, dizendo que a bike tem que ocupar o mesmo lugar do carro na rua.

Ok.

Mas daí me ocorre: vejo dia a dia um número maior de bicicletas nas ruas. E de ciclistas sem equipamentos de segurança. Ciclistas que não respeitam a mão da rua. Ciclista que não para em sinaleiros quando a luz vermelha está acessa. Ciclistas que andam no meio dos carros, costurando pra lá e pra cá e que não respeitam a faixa de pedestre.

Assim como tem pedestre que não respeita o sinaleiro e pisa na faixa de pedestre mesmo que tenha uma fileira de búfalos “brabos” vindo em sua direção.

Assim como motoqueiros, motoristas de ônibus e por aí vai. E quanto mais penso nisso, mais a nenhum lugar eu chego. Até agora.

Claro que vou mudar o rumo da história, mas você vai entender por que.

Fui ao supermercado ontem. Do lado do meu carro, uma senhora de uns 50 anos guardou as compras no seu carro e deixou o carrinho parado no meio de uma vaga. Olhei aquilo e irritada, fui até o carrinho, peguei e levei naquela aérea exclusiva onde ficam os carrinhos. A mulher? Fingiu que não viu o que eu fiz.

E é esse o problema do ciclista, do pedestre, do motorista, do motoqueiro e da senhora sem noção do supermercado. É a falta de educação. É a falta de cultura. Um país que tem que fazer campanha pra ensinar as pessoas a se respeitarem, é no mínimo, lamentável. Um país que não tem a cultura do bem querer, do cuidado com os outros. Um país, onde todo mundo quer ganhar vantagem em cima de alguém. Um país, aonde os manifestantes que vão pra rua pra cobrar seus direitos e não pensam em seus deveres como cidadão (ex: não quebrar o vidro do banco) e por aí vai.

É isso que falta pra todo mundo – ou pra quase todo mundo – no Brasil: EDUCAÇÃO.

E ainda falam que o gigante acordou. Se acordou, está com preguiça de se levantar.